Era novembro quando o abrigo Hout Bay, da Cidade do Cabo, na África do Sul, recebeu um gatinho chamado June como animal perdido. De acordo com Holly, voluntária do grupo de resfate, a gata chegou com um membro da comunidade, que a tinha encontrado, e pensou que a sua mãe estivesse morta.

A equipe do abrigo logo notou que June era um pouco diferente – ela tinha nascido cega. Ainda assim, June não parecia se incomodar por isto. “Ela obviamente não tem qualquer compreensão ou ideia de que é diferente de qualquer outro gato”, disse Holly.

A voluntária cuidou de June durante vários meses, e se apaixonou por ela durante esse tempo. Não só a gatinha estava cheia de energia, como ansiava pelo amor de todos os que conhecia. “Há algo nela. É como se ela irradiasse esta energia alegre dela. Todas as pessoas que a veem simplesmente se apaixonam. Ela tem este dom de conquistar as pessoas”.

À primeira vista

Rapidamente, June roubou os corações de Andrew Duff e Rebecca Warner, que viram um post sobre ela no Facebook. Assim, o casal decidiu adotá-la sem sequer a ver pessoalmente primeiro. Mas, quando foram buscá-la, souberam que tomaram a decisão certa.

“Nos apaixonados. Ela se enrolou nos meus braços, e desde então, estamos muito, muito juntos”, contou Andrew. “Ela é muito amorosa, provavelmente o animal mais amoroso que encontrei”.

Quando voltavam para a casa, a gata subiu para os braços de Duff e se aconchegou no novo tutor. “A caminho de casa, peguei uma coleira que dizia ‘Filhinha do Papai’ porque percebi: ‘Bem, é isso. Ele é dela agora'”.

Gatinha corajosa

Segundo Andrew, a gatinha, mesmo cega, é muito corajosa. “Mesmo que não consiga ver, ela só vai. Ela salta de cima das coisas. Já a levamos de férias, e em poucos minutos, ela mapeou completamente o novo espaço”.

“Quando vamos passear, é espantoso ver como ela reage aos sons”, acrescentou Rebecca. “Ela ouve uma abelha perto das flores, e salta em cima. Ou ouve pássaros e, de repente, se vira para eles”.

Andrew explicou também que a gatinha ajudou o casal a aprender a estar mais atentos e a desfrutar o presente. “Quando ela anda, tem de farejar tudo. O mundo exterior é grande, por isso é preciso ter paciência. Na verdade é bastante maravilhoso, porque nos acalma. Acho que ela nos ensina”.

Eles não podem imaginar as suas vidas sem a gatinha, e adoram tudo sobre o seu pequeno gato cego. “Ela é absolutamente perfeita, cada pequeno centímetro da sua personalidade”, disse Andrew.